Prefácio Solvay

Graças à inquietação do pensamento, à perseverança, à vontade de fazer diferente e de fazer a diferença a genialidade se revela nas mais diversas formas. Seja pela habilidade de persuadir através das palavras e de gravuras documentalmente descritivas de Benjamin Mary, seja por meio de um espírito inovador, inquieto, filantropo e mecenas de outro belga como o de Ernest Solvay.

Nascido em Mons, no dia 22 de março de 1792, Benjamin Mary optou por eternizar sua vida por meio de paisagens e retratos humanos desenvolvidos nas técnicas de lápis e sépia sobre papel. Dedicou cinco álbuns, com mais de 300 desenhos, a temas brasileiros. Mary também exerceu função de adido comercial belga em Antenas, na Grécia, onde permaneceu até sua morte em 1846. Durante esse período, aproveitou licenças médicas e férias para empreender seus dois maiores hobbies: viajar e documentar imagens de diferentes países. Mereceram a atenção de seu olhar apurado o Líbano, Argentina, França, Inglaterra, Itália e Chipre.

Esses dois ilustres cidadãos muito acrescentaram à história da humanidade e, em especial, ao Brasil. Enquanto, em 1838, após seis anos de estada, o artista e embaixador Benjamin Mary deixava o solo brasileiro, Ernest Solvay nascia em Rebecq-Rognon, na Bélgica.

Décadas de agitação cultural e científica cruzaram o caminho desses dois personagens reais. No século XIX, o modus vivendi e o modus operandi modificavam-se, especialmente devido à Revolução Industrial. A sociedade se manifestava, as instituições se adequavam a uma nova ordem global ditada pela substituição da mão-de-obra artesanal pela produção fabril. Foi nesse ambiente que ambos seguiram firmes em busca de seus ideais de progresso com vistas a um mundo mais confortável, seguro e acolhedor.

Em 1861, Ernest Solvay fundava com seu irmão a Société Solvay & Cie. após ter aperfeiçoado o sistema de fabricação de carbonato de sódio, batizado de “Soda Solvay” em 1865. Com a patente do produto em mãos e uma visão de futuro ímpar, Solvay tornou-se um grande empreendedor mundial.

Ernest Solvay não limitou sua bem sucedida vida às atividades químicas e industriais. Possuía uma generosa paixão pelo progresso, com claros objetivos voltados ao bem-estar de seus semelhantes. Atuou enfaticamente nas transformações industriais e nas relações de trabalho, tornando-se o primeiro empregador mundial a aposentar seus operários (1899), a instituir a jornada de oito horas (1908), a conceder férias remuneradas e a incentivar o aperfeiçoamento profissional dos funcionários (1918).

Assim como alguns de seus contemporâneos, Solvay acreditava que as ciências sociais vinham para explicar o feito social e para influenciar no curso dos acontecimentos. Também apreciava destacar tanto a importância da atividade teórica como suas aplicações práticas. Fundou o Instituto de Fisiologia em 1895 e a Escola de Comércio Solvay, em 1903.

Foi responsável pela criação de inúmeras obras sociais como o Comitê Nacional de Ajuda e de Alimentação, que auxiliou na revitalização da Bélgica durante a Primeira Guerra Mundial.

A sua incansável dedicação ao progresso garantiu o estabelecimento do Instituto Internacional para a Física e Química, no ano de 1894, em Bruxelas. A entidade reuniu, por três anos, famosos cientistas diretamente ligados às empresas do Grupo Solvay. Em 1911, Ernest convocou a primeira conferência internacional relativa às duas matérias, com a presença de seus renomados conselheiros. Entre eles, 11 pesquisadores laureados com o prêmio Nobel destacando-se Marie-Curie, Albert Einstein, Paul Langevin, Max Planck, Ernest Rutherford, Raymond Poincaré e o duque Louis de Broglie

É inquestionável o valor do patrimônio histórico, cultural e socioeconômico que os belgas Ernest Solvay e Benjamin Mary construíram ao longo de suas vidas em prol do desenvolvimento humano.

Para o Grupo Solvay, participar e apoiar integralmente o projeto do livro sobre Benjamin Mary é resgatar parte da história, tanto do Brasil como da Bélgica. É fazer uma viagem ao passado, mas com visão de futuro. É remeter-se plenamente nos ideais de progresso e de solidariedade entre os povos, tão bem expressos nas ações de nosso patrono Ernest Solvay, como nas atividades desenvolvidas por Mary enquanto embaixador e exímio desenhista e imortalizador de paisagens brasileiras do século XIX.

É patrocinar um resgate histórico entre as duas nações e proporcionar um legado documental às futuras gerações.

 

Paulo Schirch
Diretor Regional
Solvay Brasil Argentina

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